As atitudes em relação à masturbação têm variado da radical condenação à total aprovação. Segundo Wardell Pomeroy, em Boys & Sex (Meninos e Sexo, 1968), há pelo menos quatro posições culturais em relação à masturbação. (Okawara & Sawaya, 1977)
São elas:
- Tradicional: ainda vê a masturbação como prejudicial à saúde, embora esses prejuízos não sejam tão graves quanto já se acreditou que fossem há algum tempo atrás;
- Religiosa: é contrária à prática masturbatória porque acredita que esta desvirtua o verdadeiro objetivo da sexualidade, que seria a reprodução dentro do matrimônio;
- Omissa: não se declara contrária, nem favorável à prática;
- Liberal ou Permissiva: em geral, é a posição defendida pelos especialistas em questões sexuais; sustenta que a masturbação não só é inócua como deveria ser estimulada, visto que ajuda as pessoas a desenvolverem sua sexualidade de forma mais natural.
Cada cultura, dependendo de suas influências moral-religiosas, adota um posicionamento diferente, com suas próprias nuanças. Há estudos antropológicos que apontam a existência da masturbação até mesmo nas sociedades ditas primitivas, e parece correto crer que para a maioria destes povos ela consiste numa forma inferior de atividade sexual entre os adultos, com uma única exceção, constituída pelos Lesu, da Nova Irlanda, que admitem que as mulheres adultas masturbem-se quando estão sexualmente excitadas e não têm parceiros.
Nas demais sociedades, mesmo aquelas sexualmente mais liberais, espera-se que os adultos não se masturbem, embora cada uma tenha uma justificativa própria para esta norma: os homens da tribo Lepcha na Ásia, não se masturbam por encararem o sêmen como estrume; os índios Crow, da América do Norte, assim como os nativos das ilhas Trobriand, a leste da Nova Guiné, acham que é vergonhoso para um adulto se masturbar, porque acreditam que essa atividade só é praticada por aqueles que não têm habilidade suficiente para obter um parceiro sexual.
Entretanto, quando a masturbação é praticada por crianças e adolescentes, é encarada como uma atividade natural e, espera-se que tenha continuidade até ser substituída por outras formas de estimulação sexual. Os pais da tribo Kausak(Eurásia), por exemplo, costumam manipular os órgãos sexuais das crianças durante as brincadeiras, e as mães da tribo Alorese (Oceania) acariciam os genitais dos filhos com o intuito de fazê-los dormir.
Apesar da desaprovação social, há registros de que em algumas culturas primitivas os adultos masculinos se masturbam, pelo menos ocasionalmente. É o que ocorre - embora esse comportamento seja bastante raro - com homens da tribo Trukese, da Oceania, que se masturbam às escondidas, sobretudo ao presenciarem mulheres no banho. (Okawara & Sawaya, 1977)
Esse comportamento também foi observado entre algumas mulheres destas tribos, sendo a inserção de substitutos do pênis na vagina mais comum do que a estimulação do clitóris, embora não se possa afirmar que ambas não possam ser usadas simultaneamente.